Haviam acabado de se conhecer. Ela 21, ele 23. Saiam de uma festa. Era por volta de meia noite, sábado já. Aquele desejo curiosidade suspiro era reciprocamente experimentado. Enamorescência súbita. O todo sentido quem vem de repente.
- Olha o céu. Está tão bonito hoje, né?
- É. Escuro. Muitas estrelas... e essa lua.
- A lua é tão bonita.
Apesar de nunca terem se visto antes a sensação do aconchego íntimo dos velhos amigos estava em ambos, desde o primeiro olhar.
A volta pra casa sem nunca ter saído. A casa que nunca tinha sido visitada e assim mesmo era tão conhecida. O lugar seguro. A casa de dentro. Desde o primeiro olhar.
O mágico primeiro olhar.
[Tudo no mundo parou, menos ela. O deixar-se ver propositado. Sorrisos, “ois” ao léu. Ela caminhava leve a cumprimentar as pessoas. Cabelos castanhos, rosto fino, corpo magro. Pés, pernas, mãos, braços, seios, tronco, cintura, tudo em um piscar de olhos. Era linda.
Um instante e tudo muda. Ele soube, assim que seus olhos resvalaram nos dela.]
- Vem comigo?
- Pra onde? Já está tarde.
- Vem comigo?
- Vou.
Ele era objetivo. Ela queria ser seduzida. Ele tinha medo de sofrer outra vez. Ela queria se divertir outra vez.
O clima da noite era úmido e fresco, agradável. As ruas vazias banhadas de lua, o vento fraco, as luzes dos postes. Tudo era tranqüilo. Tudo era como tinha de ser. Os dois.
- As vezes não queria ser tão extrovertida... Social demais. Acho ruim.
- As vezes tudo o que eu queria era ser extrovertido.
Divertiram-se muito durante a festa. Ela não bebia. Ele bebeu como sempre. Ela era eficazmente comedida, olhares esguios e movimentos precisos. Ele era todo certeza, firme e doce. A noite estava perfeita.
- A sua voz é linda. Adoro o jeito como você articula as palavras.
- Nada... Você que é muito gentil.
- Também adoro quando você finge que não sabe que eu estou te olhando.
- [Sorriso] Adoro quando você me olha.
A aproximação deu-se naturalmente. As apresentações foram só formalidades. Já sabiam um do outro, já estavam um no outro. Transcendência abrupta, carne, expectativa, transe. Por toda a vida, a busca é sempre a mesma.
- Por que você demorou tanto?
- Não sei, acho que estava te procurando por ai, mas não conseguia achar.
- Pois é, também te procurei muito... Ainda bem que nos encontramos.
O encontro inesperado daquilo que mais se espera as vezes pode acontecer tão calmo, tão certo. Mesmo quando não se sabe exatamente o que fazer, está tudo lá. Não como um déjà vu. Mas como uma novidade conhecida, vivida antes só em sonho e agora real. O estranho bom de estar vivo.
Viva afeição que nos impele. Os dois diferentes que se tornam mais próximos. Que escolhem se tornar, que querem, que desejam, sem mais.
Inexplicável e mais que compreensível.
Era como tinha de ser.
- Vem comigo?
- Vou.
Pra onde for.
Sem mais.
- Olha o céu. Está tão bonito hoje, né?
- É. Escuro. Muitas estrelas... e essa lua.
- A lua é tão bonita.
Apesar de nunca terem se visto antes a sensação do aconchego íntimo dos velhos amigos estava em ambos, desde o primeiro olhar.
A volta pra casa sem nunca ter saído. A casa que nunca tinha sido visitada e assim mesmo era tão conhecida. O lugar seguro. A casa de dentro. Desde o primeiro olhar.
O mágico primeiro olhar.
[Tudo no mundo parou, menos ela. O deixar-se ver propositado. Sorrisos, “ois” ao léu. Ela caminhava leve a cumprimentar as pessoas. Cabelos castanhos, rosto fino, corpo magro. Pés, pernas, mãos, braços, seios, tronco, cintura, tudo em um piscar de olhos. Era linda.
Um instante e tudo muda. Ele soube, assim que seus olhos resvalaram nos dela.]
- Vem comigo?
- Pra onde? Já está tarde.
- Vem comigo?
- Vou.
Ele era objetivo. Ela queria ser seduzida. Ele tinha medo de sofrer outra vez. Ela queria se divertir outra vez.
O clima da noite era úmido e fresco, agradável. As ruas vazias banhadas de lua, o vento fraco, as luzes dos postes. Tudo era tranqüilo. Tudo era como tinha de ser. Os dois.
- As vezes não queria ser tão extrovertida... Social demais. Acho ruim.
- As vezes tudo o que eu queria era ser extrovertido.
Divertiram-se muito durante a festa. Ela não bebia. Ele bebeu como sempre. Ela era eficazmente comedida, olhares esguios e movimentos precisos. Ele era todo certeza, firme e doce. A noite estava perfeita.
- A sua voz é linda. Adoro o jeito como você articula as palavras.
- Nada... Você que é muito gentil.
- Também adoro quando você finge que não sabe que eu estou te olhando.
- [Sorriso] Adoro quando você me olha.
A aproximação deu-se naturalmente. As apresentações foram só formalidades. Já sabiam um do outro, já estavam um no outro. Transcendência abrupta, carne, expectativa, transe. Por toda a vida, a busca é sempre a mesma.
- Por que você demorou tanto?
- Não sei, acho que estava te procurando por ai, mas não conseguia achar.
- Pois é, também te procurei muito... Ainda bem que nos encontramos.
O encontro inesperado daquilo que mais se espera as vezes pode acontecer tão calmo, tão certo. Mesmo quando não se sabe exatamente o que fazer, está tudo lá. Não como um déjà vu. Mas como uma novidade conhecida, vivida antes só em sonho e agora real. O estranho bom de estar vivo.
Viva afeição que nos impele. Os dois diferentes que se tornam mais próximos. Que escolhem se tornar, que querem, que desejam, sem mais.
Inexplicável e mais que compreensível.
Era como tinha de ser.
- Vem comigo?
- Vou.
Pra onde for.
Sem mais.
27 comentários:
Muito bom. Continue assim.
Um abraço e sucesso
Passe no Palabvras Certas
Uilians Uilson Santos
Apreciei o texto, você escreve bem!
Um abraço!
www.ooohay.wordpress.com
ótimo texto^^
Você quem fez?, Powrra, ta massa, continua assim vei você escreve bem. É o tipico texto que se lê a noite, eu curto ^^
=o fico bom i final mano \o/
analisando a situação toda e tal
classificaria como amor a primeira vista ooooou amor miojo =]
Adorei o blog .... os textos também. Sou apaixonado por contos.
Abraços
Caraca.. Amei o Lirismo!
a combinação perfeita das palavras com a Imagem!
tu eh muito bom vei, abrass
Belo texto.
É muito bom essa aproximação entre duas pessoas. Quando rola paixão, não tem mais como fugir...
se quiser visitar: http://digaoquequiser.blogspot.com
E teu blog tbm está muito bomm.
Você escreve bem ^^
O problema é se decidirem fazer daquilo um motivo pra estarem juntos sempre.
Oopostos se atraem, mas se permanecerem juntos se destroem.
Achei tocante e bem escrito. Uma clara expressão do amor aventuroso. (rs)
Um abraço.
Visitando seu blog pela 1ª vez.
Parabéns, muito bom o texto
"- Vem comigo?
- Pra onde? Já está tarde.
- Vem comigo?
- Vou."
LINDO!
MAs fiquei realmente fascinada pelo post "disfarce" *-*
"Parabéns, continue sempre assim! Ótimo texto, muito bem escrito!" hahahahaha
:p
Eu não entendo 90% dos seus textos mas o que motiva a minha leitura é apenas tentar descobrir o que é que motivou você a escrever... Você deveria criar tópicos em off revelando de onde surgiram as suas idéias e como foi o "processo de criação", para que assim seus textos perdessem a graça! hahaha
Eu não tenho idéia do que seja disopia e não entendi também o não-sei-o-que fora de foco.
E eu até achava que tinha muito de mim no seu texto "disfarce", mas no fim das contas qualquer bobona que já se apaixonou por um filho da puta se identifica com ele. Não sou eu naquele texto, é qualquer uma. É bom saber disso.
Até mais...
eh tao dificl ser lirico sem ser chato, e vc conseguiu nesse texto
Bem escrito, tem futuro.
Abraço.
http://oenxadrista.blogspot.com/
Lindo, eu so quero alguem que me convide pra ir rs
beijos
PS: Vou dar uma olhada no link q deixou la
Beijos de novo
nossa muito bom, adorei!
legal o seu blog, até+...
Voltei, li o texto Disfarçe, simplesmente maravilho, me vi ali, nas sensações... Nos disfarçes
Beijos
respondendo: eu acho que nunca estive mais preparada do que agora, o problema é que agora não tem ninguem que chame rs
Beijos
PS: obrigada pelo link, quando mexer no lay (pq n tenho saco) te linko
Otimo texto continue assim ^^
ótimo texto, continue assim!
se quiser visitar meu blog...
http://thekproblem.blogspot.com
Um abraço.
TAÍ UM POST MANEIRO.
BEM INTERESSANTE E BEM ESCRITO.
CADA UM IMAGINA O LUGAR PARA AONDE FORAM!
VLW.
Como disse antes, tocante e bem escrito. Um belo conto. Uma bela ambientação.
Engraçado como as pessoas por aqui dizem que queriam que alguém as chamasse para ir, ao invés de elas tomarem a iniciativa de chamar alguém.
Eu acho que você representou bem o que é começar alguma coisa na vida, seja o que for. Às vezes algo nos chama e temos que escolher se sim ou se não. A gente nunca sabe para onde está indo mesmo.
E escolhendo o "sim", vamos já sabendo que a qualquer momento aquilo ou aquele que nos fez ir pode seguir um caminho diferente do nosso.
Acho que o tempo todo pessoas, coisas, situações, o futuro perguntam: "vem comigo?". É só estar atento. E vez em quando trocar os papéis e ser você quem pergunta.
Adorei o texto. Parabéns, voc~e tem talento...
Beijo.
Lindo texto... até me vi nele, em outra situação, em que o "vem comigo" foi um "vem pra cá" , e iajei 4000 km... e desde então muito mais alegria na minha vida!
parabéns!
oiiii dinovuuu...^^
mto legal hein...
adoru seus textos...=D
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